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Conselho Municipal de Cultura aprova tombamento de cinco imóveis históricos de Vitória da Conquista

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Em uma decisão histórica para a preservação da memória e da arquitetura da cidade, o Conselho Municipal de Cultura (CMC) aprovou, por unanimidade, na manhã desta quinta-feira (23), o tombamento de cinco imóveis históricos de Vitória da Conquista, entre eles, a Prefeitura Municipal e o prédio antigo da Câmara de Vereadores.

A votação aconteceu durante reunião extraordinária realizada na sede da Secretaria Municipal de Cultura, e contou com a presença dos nove conselheiros e representantes do Núcleo de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Município, órgão responsável pelos pareceres técnicos que fundamentaram a decisão.

A partir da aprovação do conselho, os imóveis passarão a ser patrimônio preservado do município, após a assinatura do Decreto de Tombamento pela prefeita Sheila Lemos, etapa final para oficializar a proteção dos bens como patrimônio histórico e cultural do município. Os cinco imóveis aprovados para tombamento são o Prédio da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, o Edifício da Antiga Câmara de Vereadores (atual Memorial Manoel Fernandes de Oliveira), a Casa das Artes (atual Centro de Convivência do Idoso), o Solar dos Fonsecas e o Solar dos Ferraz.

Os representantes do Poder Legislativo no Conselho de Cultura, a vereadora Cris Rocha e o vereador Ricardo Gordo, celebraram a decisão destacando a importância de garantir a continuidade da história conquistense. “Estou muito feliz por participar desse conselho e poder contribuir para que o tombamento do nosso patrimônio seja garantido. É fundamental preservar a história da nossa cidade, para que as próximas gerações possam conhecê-la e valorizá-la. Cuidar desses bens é cuidar da nossa própria identidade”, afirmou Cris Rocha.

Para o presidente do Conselho Municipal de Cultura, Washington Rodrigues, o momento marca um avanço significativo nas políticas de preservação. “Hoje, só temos dois imóveis tombados na área central. E esse novo conjunto de edifícios representa um passo essencial para assegurar que o patrimônio histórico e arquitetônico da cidade seja preservado. É uma conquista que beneficia as atuais e futuras gerações”, declarou Washington.

O membro do Núcleo de Preservação do Patrimônio, Wal Cordeiro, avaliou que a decisão simboliza um novo tempo para a política de memória e valorização cultural do município. “Vitória da Conquista está ganhando um grande presente. O conselho recebeu os pareceres de forma muito coerente e responsável. Agora, a cidade será contemplada com o decreto de tombamento desses cinco prédios municipais, que representam a nossa história e a nossa identidade. É um momento histórico para todos nós”, destacou Wal.

Edifícios que serão tombados:

Sede da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista – Inaugurado em 1921, o Antigo Quartel da Polícia Militar e sede da Prefeitura desde a década de 1960 é um dos marcos da Arquitetura Eclética no município, preservando integralmente seus traços originais.

O imóvel é também um registro do trabalho do mestre de obras Luiz Alexandrino de Melo (Luiz Pedreiro), cuja técnica contribuiu para moldar o perfil urbano de Vitória da Conquista no início do século XX. O edifício simboliza a consolidação política e administrativa do município.

Edifício da Antiga Câmara de Vereadores (atual Memorial Manoel Fernandes de Oliveira) – Construído em 1910, o imóvel foi originalmente residência do Coronel Manoel Fernandes dos Santos Silva (Maneca Santos), figura importante da economia local. Posteriormente, abrigou o Hotel Central, o Fórum Municipal e a Justiça do Trabalho, antes de sediar, na década de 1960, a Câmara de Vereadores. Hoje, transformado em Memorial Manoel Fernandes, o prédio representa a trajetória institucional e política de Vitória da Conquista.

Casa das Artes (antiga Biblioteca José de Sá Nunes / atual Centro de Convivência do Idoso) – Datado de 1924, o casarão abrigou a primeira Biblioteca Municipal, sendo um espaço emblemático de acesso ao conhecimento e à cultura. O edifício acompanhou a expansão intelectual da cidade nas primeiras décadas do século passado e, até hoje, mantém sua vocação comunitária e educacional ao sediar o Programa Municipal Vivendo a Terceira Idade.

Solar dos Fonsecas – Exemplar de destaque do estilo neoclássico, o Solar dos Fonsecas é reconhecido por sua simetria, ornamentação refinada e pinturas internas de valor artístico. A obra também é associada ao mestre Luiz Pedreiro, reafirmando sua importância na formação estética da cidade. O casarão é um dos últimos exemplares inteiramente preservados do início do século XX.

Solar dos Ferraz – Com traços da arquitetura de inspiração portuguesa e linhas neoclássicas no frontispício, o Solar dos Ferraz está ligado à história de famílias tradicionais e ao surgimento do núcleo urbano central. Considerado o exemplar mais completo do estilo regional, o casarão também tem autoria atribuída a Luiz Pedreiro e simboliza o refinamento arquitetônico da época.

 

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