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Polícia aponta relação do PCC com postos de bandeira Shell na Bahia

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A prisão de Jailson Couto Ribeiro, conhecido como Jailson Jau, na quinta-feira, 16, durante a Operação Primus, revelou que postos de combustíveis ligados ao PCC atuavam sob a bandeira da Shell, empresa integrante da ONG Instituto Combustível Legal (ICL).

Jau é considerado um dos maiores revendedores da Shell na América Latina, com cerca de 200 postos da marca, que no Brasil operam sob controle da Raízen, do empresário Rubens Ometto.

Segundo a Polícia Civil, a rede administrada por Jau integrava um esquema de adulteração e comercialização irregular de combustíveis, sendo utilizada também para ocultação patrimonial e lavagem de dinheiro, com conexões à maior facção criminosa do país.

Além de Jailson, outros cinco mandados de prisão foram cumpridos, três na Bahia, um em São Paulo e um no Rio de Janeiro. Mais de 170 policiais civis participaram da ação, que segue investigando outros envolvidos e mapeando o fluxo de recursos do grupo.

Quem é Jailson Jau

Jau foi preso em um hotel de luxo na cidade de Lençóis, na Chapada Diamantina. Natural de Iaçu (BA), ele residia em Feira de Santana, onde ele chegou a receber o título de cidadão honorário.

Jau disputou o cargo de prefeito de Iaçu nos anos de 2020 e 2024 e, em 2022, apoiou a candidatura do deputado federal Dal Barreto (União-BA), alvo da sexta fase da Operação Overclean, da Polícia Federal.

Nas redes sociais, o baiano costumava ostentar viagens de luxo para Itália, Luxemburgo, Emirados Árabes, Espanha e destinos pelo Brasil.

Empresa se pronuncia

Por meio de nota, a Raízen, licenciada da marca Shell no Brasil, informou “que acompanha o caso envolvendo a rede Lubrijau, no âmbito da Operação Primus.” e que o uso da marca Shell é feita de maneira ilegal.

“A empresa esclarece que não mantém qualquer relação comercial com essa rede, sendo o uso da marca Shell feito de maneira ilegal. A companhia está atuando judicialmente para retirada completa da identidade visual. A Raízen reitera que não compactua com qualquer tipo de irregularidade e reforça seu compromisso com a transparência, a integridade e o respeito às normas legais em todas as suas operações e relacionamentos.”

Operação Primus

A Operação Primus, deflagrada na quinta-feira, 16, desarticulou um grupo criminoso responsável por estruturar e expandir uma rede empresarial voltada à adulteração e comercialização irregular de combustíveis na Bahia.

Durante a operação, as forças policiais cumpriram:

62 mandados de busca e apreensão;]

12 mandados de prisão, desarticulando um esquema criminoso que envolvia 200 postos de combustíveis.

O balanço também registrou a apreensão de 12 veículos de luxo e cinco armas de fogo, entre elas quatro pistolas e uma submetralhadora.

Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 6,5 bilhões em bens e valores ligados aos investigados, resultado de movimentações financeiras suspeitas associadas à lavagem de dinheiro e à sonegação fiscal.

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